Ela também era dirigente do Sindifes e militou em defesa da saúde pública e da cultura negra
Maria do Carmo de Oliveira Silva trabalhou durante 33 anos no Hospital das Clínicas da UFMG como técnica de enfermagem e atuou como coordenadora de Assuntos de Aposentadoria e Pensões do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior (Sindifes). Ela morreu no último dia 11 de setembro de complicações nos pulmões e nos rins decorrentes da Covid-19.
Do Carmo, como era conhecida, notabilizou-se por sua luta por direitos dos trabalhadores da saúde e em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS). No Hospital das Clínicas, ela atuou como representante dos trabalhadores nos conselhos Administrativo e Diretor e como representante dos servidores técnico-administrativos da enfermagem na Vice-diretoria Técnica de Enfermagem (VDTE). Ainda no HC, foi vice-diretora da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Também participou do Conselho Municipal de Saúde como representante do Sindifes e do próprio HC.
A técnica de enfermagem foi diretora de Esportes, Cultura e Lazer na Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg) e militante do movimento negro de Belo Horizonte, com ampla contribuição na defesa da cultura da população negra. No Sindifes, foi coordenadora de Aposentadorias e Pensões durante três mandatos.
‘Mãezona’
A coordenadora geral do Sindifes,
Cristina del Papa, afirma que Maria do Carmo foi uma pessoa especial, que
passou muitas dificuldades e conseguiu se sobressair nos movimentos negro e
sindical. “Ela começou numa época em que o sindicalismo era um ambiente
masculino e machista, muito mais do que é hoje”, diz a diretora.
Emocionada, del Papa relata que Maria do Carmo foi uma “mãezona” para ela
e para outros sindicalistas de sua geração. “Era uma figura paciente e
acolhedora com quem aprendi muito. Comecei minha atuação política na
UFMG como suplente dela, em uma chapa da antiga CPPTA [Comissão Permanente de Pessoal Técnico e Administrativo]”,
conta.
Maria do Carmo nasceu em Oliveira, no Oeste de Minas Gerais. Foi casada com o eletricista de manutenção Hélio Pereira da Silva, com quem teve seus quatro filhos: Lúcia Aparecida, que também trabalha na UFMG, Hélio Vagner, Wellington e Wesley Flávio. Ela deixou oito netos e duas bisnetas.
Notícia reproduzida do site da UFMG
Foto: Sindifes